Vivemos uma Crise de Liderança
É cada vez mais clara a percepção de que as pessoas responsáveis por fazer a gestão das equipes nas empresas, têm apresentado sérias dificuldades para encontrar soluções para os problemas, à medida que são confrontadas com situações um pouco mais desafiadoras.
Seja em função da dificuldade de comunicação, da gestão de conflitos, da desmotivação das pessoas, da falta de capacitação da equipe ou da gestão do próprio tempo para as atividades diárias, é fato que o sentimento geral nos leva a observar que existe uma clara lacuna entre a capacidade de liderança exigida e aquela que se verifica no dia a dia.
É importante compreender que liderar, especialmente nos últimos 20 anos, tem sido tarefa cada vez mais custosa. Vivemos em um mundo onde a complexidade e a necessidade de mudanças são cada vez maiores. Lidar com a busca constante por adaptações e ajustes, torna a vida das lideranças muito mais dinâmica e difícil. Especialmente em empresas onde a cultura apresenta séria resistência às mudanças.
O excesso de demanda e a exigência por resultados de curto prazo, tanto para as equipes, quanto para líderes, acaba inibindo a aplicação das melhores práticas individuais e coletivas. A quantidade de trabalho, muitas vezes superior à quantidade de pessoas e seu nível de preparação, faz com que as lideranças entrem em um looping de olhar apenas para o que é urgente e as para as entregas ordinárias.
Associado a isso, está também a falta de recursos e de suporte da organização às demandas das lideranças e das equipes. Em um contexto de forte cobrança pelos números, a falta de investimento torna a tarefa das lideranças ainda mais complicada.
Outro importante ponto está na incapacidade de líderes em lidar com a diversidade que se apresenta na formação das equipes. O respeito às diferenças e a visão mais clara da contribuição que a diversidade traz para o dia a dia do trabalho, não têm sido competências comuns de se encontrar nas pessoas responsáveis pela gestão dos times.
Compreendendo este complexo contexto, é importante dizer que não há, necessariamente, razão para pânico. A única exigência é que não tenhamos a ilusão de que alguém, em algum momento, vai resolver isso de forma mágica. A solução virá em função da conscientização do nível estratégico das empresas sobre este desafio, do exercício de humildade de todas as lideranças, da compreensão sobre seus principais pontos de melhoria e de um adequado processo de preparação contínua. Somente assim conseguiremos trazer mais qualidade, eficiência e sustentabilidade para a gestão das equipes nas empresas.