Visão Sistêmica na Gestão de Mudanças
A Visão Sistêmica, vista como a capacidade de compreender e considerar as diversas partes que compõem o contexto da gestão de uma empresa, é decisiva para a tomada de decisão mais inteligente e, da mesma forma, para implementação de práticas que sejam necessárias, oportunas e sustentáveis para o negócio.
Por outro lado, a ausência de Visão Sistêmica, especialmente na gestão de mudanças, pode trazer sérios problemas ao longo do processo. Um olhar fragmentado implica em diagnósticos pouco precisos por parte da liderança; com isso, algumas consequências negativas podem surgir, com certa frequência, nesses momentos:
As soluções propostas acabam não sendo eficazes. De forma geral, atendem apenas em parte a resolução dos problemas. Por vezes, em função da visão limitada e parcial, uma possível solução inicial em uma área, pode gerar problemas ainda mais sérios em outros departamentos da empresa.
Por não haver integração efetiva entre áreas e pessoas envolvidas na mudança, as iniciativas são descoordenadas e improdutivas. O desgaste emocional e o desperdício de tempo passam a ser predominantes. Com isso, o cansaço e o descrédito nas melhorias também podem aumentar.
Neste contexto, é natural que se espere também um ambiente interno com vários conflitos entre as pessoas. O ambiente caótico da falta de coordenação, acaba levando as pessoas a enxergarem os colegas de trabalho como adversários, gerando uma competitividade nociva, acompanhada de perda de eficiência.
Tanto a implementação como o controle das novas práticas são duramente afetados. Em um ambiente fragmentado, não há o devido acompanhamento do começo das novas iniciativas, bem como, das avaliações periódicas que precisam ser realizadas ao longo do tempo. Naturalmente, em situações como essa, os resultados são cada vez mais distantes do objetivo inicial.
Oportunidades de melhoria e ajustes são perdidas no decorrer do processo de mudança. Como o controle adequado é praticamente inexistente, chances de pequenos aprimoramentos durante a implementação são desconsideradas, por não estarem no radar das lideranças e das pessoas mais diretamente envolvidas.
Como consequência, a ausência da visão sistêmica, implica em queda da sustentabilidade para os caminhos pensados para a melhoria contínua da empresa. Apesar dos investimentos financeiros, materiais, de tempo, intelectuais e emocionais, tudo acaba ficando, quando muito, pela metade.
Aprimorar a competência da Visão Sistêmica nas lideranças empresariais, bem como, em cada uma das pessoas que compõe as equipes, é decisiva para o sucesso das mudanças necessárias. Sem isso, é melhor não sonhar muito alto. Porque a queda pode ser ainda mais dolorida.