Política da Culpa X Melhoria Contínua
Eu ouço com certa frequência, algumas reclamações de líderes empresariais sobre a falta de proatividade, iniciativa e ousadia das equipes de trabalho, para solucionar os problemas que se apresentam.
Afirmam que as pessoas só fazem o básico. Ou que, frente a situações minimamente novas ou inusitadas, a equipe “tira o corpo fora” da tomada de decisão e acessa a liderança para ouvir as soluções prontas.
Da minha parte, entendo perfeitamente essa reclamação. A grande maioria dos(as) líderes gostariam de ter profissionais em seus quadros com boa (ou excelente) capacidade de resolver os problemas por conta própria. Este é um dos principais sonhos para uma gestão de pessoas e processos mais eficiente.
Porém, em várias oportunidades ao longo da minha carreira, me deparei com líderes que apresentavam grande dificuldade para lidar com os erros de suas equipes. Frente a uma situação de dificuldade, causada pela ação equivocada (ou inadequada) de seu liderado, o(a) chefe já trata de culpar de maneira clara, dura e pública o funcionário que, talvez, tenha tentado ser proativo naquela situação.
A política da culpa é das práticas mais nocivas para empresas que buscam formar times inovadores e com foco em melhoria. Nestes casos, a tendência é que as pessoas estejam cada vez mais encolhidas e envolvidas com aquilo que é básico em sua atividade profissional.
Além disso, a política da culpa pode também criar profissionais amedrontados, que acabam se especializando em esconder seus possíveis erros durante os dias de trabalho. A liderança deixa de ter informações relevantes sobre o dia a dia da empresa ou da área, por conta da falta de informações mais precisas sobre as ocorrências.
Por outro lado, líderes que procuram utilizar situações de fracasso da equipe (individuais ou em grupo) para analisar cuidadosamente o ocorrido, focando nas melhorias para que os erros não se repitam, de maneira respeitosa e empática com as pessoas, têm uma clara tendência de formar times de trabalho com desempenho muito superior à média.
O senso de equipe demanda uma postura sustentada pela parceria entre todos. E a mola mestra para que isso aconteça, é uma atuação exemplar da liderança.