Egocentrismo, na Psicologia, é o conjunto de atitudes ou comportamentos que indicam que um indivíduo se refere, essencialmente, a si mesmo. A origem da palavra vem do grego (egôn e kêntron - “eu no centro”).

O olhar predominante para si mesmo faz com que outras pessoas do convívio estejam sempre em segundo plano.

Afetando negativamente o interesse das pessoas, de forma consistente, os indivíduos egocêntricos tendem a trazer sérias dificuldades para as relações pessoais que se estabelecem ao longo da vida.

É evidente que, quando essas características estão na liderança de uma equipe ou de uma empresa, as dificuldades são crescentes para a construção de resultados superiores e sustentáveis.

Como exemplos para ilustrar essa realidade, cito abaixo algumas características de líderes predominantemente egocêntricos:

· Apresentam foco excessivo em si mesmos, negligenciando o trabalho e as contribuições dos outros;

· Têm grande necessidade de controle, sufocando a criatividade e a autonomia das pessoas da equipe;

· Falta de empatia, que normalmente resulta em um ambiente de trabalho menos acolhedor e colaborativo;

· São resistentes a críticas e tendem a interpretar qualquer tipo de sugestão ou discordância, como um ataque pessoal;

· Gostam de ser “paparicados”. Com isso, acabam se cercando de pessoas que os elogiam e confirmam suas opiniões; reduzindo, naturalmente, o repertório para tomadas de decisão mais inteligentes;

· Dão prioridade à própria imagem, colocando, muitas vezes, a imagem pessoal acima dos interesses da empresa ou da equipe;

· Têm dificuldades para delegar, preferindo fazer tudo sozinhos, para manter o controle e o crédito dos êxitos obtidos;

· São excessivamente competitivos, podendo ver todos ao seu redor como concorrentes, inclusive membros da própria equipe; criando um ambiente de trabalho tóxico e competitivo.

Com essas características, não será nenhuma surpresa perceber que as equipes tendem a apresentar os seguintes sinais:

· Autoestima e motivação reduzidas;

· São menos colaborativas e inovadoras;

· Apresentam mais confrontos e desentendimentos entre seus membros;

· Não evoluem em suas práticas;

· São menos produtivas;

· Apresentam alta rotatividade.

Este texto busca trazer uma reflexão para o tema do egocentrismo no dia a dia corporativo. Especialmente para as pessoas que exercem ou querem exercer cargos de liderança nas empresas.

O egocentrismo traz comportamentos claramente contraproducentes para uma liderança perene. E, o primeiro passo, é ter autoconhecimento suficiente para perceber este tipo de prática em nosso cotidiano. Depois, é buscar ajuda profissional para reduzir os comportamentos nocivos e seguir fortalecendo a própria carreira e as equipes de forma inteligente e sustentável.