Em um artigo (Junho/Julho – 2024) da HBR (Harvard Business Review), discutiu-se a forte necessidade do estabelecimento de uma rede de confiança em torno do(a) CEO no comando de uma empresa.

Entendendo que se trata do nível mais alto da liderança executiva, e também considerando o caos que se estabelece quando tanto equipes, quanto diretoria e membros do conselho não têm a devida confiança no(a) CEO da empresa, é imperativo que as condutas deste profissional zelem pelo aumento da confiança que as pessoas deverão nutrir por ele(a).

Entre as principais iniciativas propostas, destaco quatro abaixo:

1)      Trata-se de uma Maratona – não é uma corrida de 100 metros

O CEO deve manter sua atenção e suas ações no sentido das metas de médio e longo prazo. É sabido que, muitas vezes, por conta das cobranças dos resultados mensais ou trimestrais, as tomadas de decisão da direção executiva, sofrem pressões que levam ao atendimento de demandas de curtíssimo prazo; podendo, várias vezes, comprometer a estratégia estabelecida e acordada para os anos seguintes. O foco no médio para o longo prazo, à medida que é mantido, demonstra a coerência da direção da empresa que, certamente, impacta a confiança das pessoas no trabalho executado;

 

2)      Alinhamento da própria equipe com a estratégia estabelecida

Ter uma equipe coesa, que esteja alinhada com os objetivos e planos de ação definidos, é fundamental para seguir tendo a confiança das pessoas diretamente envolvidas. Em função disso, todas as iniciativas ligadas à boa comunicação, desenvolvimento das equipes, delegação inteligente das atividades, à participação das pessoas em fóruns adequados para as funções e níveis hierárquicos, bem como, o tratamento respeitoso e ético ao longo do tempo, devem trazer cada vez mais o time para as principais metas definidas;

 

3)      Manter as pessoas bem-informadas

Um dos principais problemas enfrentados na gestão de uma empresa no nível estratégico é a baixa qualidade da comunicação. Tanto a comunicação com os membros das equipes de trabalho, quanto aquela direcionada para a diretoria e conselheiros(as), precisam ser cuidadas com todo o capricho e carinho necessários. Por vezes, o plano vem sendo aplicado de forma coerente com o combinado. Porém, por conta de uma comunicação pobre em qualidade e quantidade de informações, os ruídos passam a predominar, as interpretações passam a ser muito parciais, e a confiança no(a) CEO pode ficar cada vez mais abalada.

4)      Investimento contínuo no próprio aperfeiçoamento

Por último eu gostaria de destacar que profissionais que ocupam a função de CEO, correm o risco de estagnar e deixar de evoluir. Muitos profissionais passam a ter o sentimento de que são muito mais capazes do que realmente são. Como consequência, deixam de cuidar do próprio aprimoramento de forma preventiva. Por isso, é preciso se manter vigilante com relação à manutenção de práticas que possam trazer novos insights e práticas para sua gestão. Elas podem ocorrer através de treinamentos, mentorias, coaching, participação em grupos de discussão de temas estratégicos ou a busca por conselheiros individuais com mais experiência na função. Isso traz ainda mais confiança para as decisões e para a condução da complexa gestão de uma empresa no nível estratégico.

Compreendendo que a confiança é vital para a sustentabilidade do trabalho de profissionais deste nível de liderança, cabe a reflexão sobre os pontos acima destacados. O devido cuidado com cada um deles deve trazer muito mais eficiência e eficácia na busca pelos resultados. Por outro lado, os deslizes em qualquer um dos pontos, pode ser determinante para que uma gestão seja vista como pouco confiável e incapaz de conduzir a empresa.

Grande abraço e sucesso a você!