Bondade e Compaixão - Será que isso funciona no trabalho?
Gestos bondosos e compassivos são encantadores. Por vezes, são também paralisantes — talvez por conta da surpresa que causam. Surpreendem, provavelmente, em função da escassez. Tudo que é raro e bom causa espanto. Mas é um espanto recebido como acalanto, acolhimento, ajuda e esperança.
Se fosse apenas pela esperança renovada para a pessoa que recebe o ato de bondade e compaixão, todo o esforço já estaria compensado. Em um mundo cheio de tristeza e desesperança, um único gesto bondoso pode transformar o dia ou a vida de uma pessoa que transitava entre a tristeza e a tristeza mais profunda. A esperança salva vidas diariamente.
E a bondade das pessoas é uma das ferramentas mais eficazes para gerar uma perspectiva melhor para muita gente.
A bondade e a compaixão estão invariavelmente acompanhadas de um gesto de ajuda. Compaixão, inclusive, é definida no dicionário Cambridge como “um forte sentimento de simpatia e tristeza pelo sofrimento ou má sorte dos outros, além de um desejo verdadeiro de ajudá-los”. Ajudar outras pessoas talvez seja o caminho mais prático e funcional do exercício compassivo e bondoso. Precisamos disso, e temos também capacidade de o fazer.
Imaginemos um contexto onde essa premissa predomine. Onde cada pessoa, baseada nas suas responsabilidades e condições, atua no sentido de auxiliar outras tantas pessoas, além de buscar a vida que entende ser melhor, e que isso independa de laços familiares ou de amizade.
O indivíduo que busca ajudar outras pessoas dentro do seu grupo de convivência, em função do impacto positivo que isso proporciona, passa a ser uma inspiração para que outros ajam da mesma forma. No caso do ambiente de trabalho, muitas vezes, a empresa passa gradativamente a desenvolver atos de ajuda como um aspecto marcante em sua cultura.
Não é preciso que as lideranças façam inúmeros discursos para que as equipes tenham cooperação entre as pessoas e equipes: a cooperação passa a ser a regra. A generosidade, em função dos exemplos dados na organização, é incorporada na prática das pessoas, e, como consequência, ocorrem resultados verdadeiramente surpreendentes em decorrência da interação harmoniosa e produtiva dos indivíduos.
Evidente que este exemplo acima se estende para qualquer contexto social. Quando existem pessoas agindo predominantemente de forma compassiva e generosa, a tendência é que quem convive no mesmo ambiente também seja influenciado e tome gosto pelas práticas de ajuda mútua. Além do local de trabalho, isso pode acontecer dentro das famílias, dos círculos de amizade, nos espaços acadêmicos, nas instituições filantrópicas, nas escolas e clubes esportivos, entre outros tantos ambientes.
Dentro deste contexto, somos remetidos à regra de ouro: a frase “fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem” representa um passo muito grande para a busca de um relacionamento fundamentado na bondade, ajuda mútua e na produtividade.
Associada à regra de ouro, poderíamos utilizar uma ferramenta complementar na otimização das ações bondosas. Trata-se da regra de platina: “fazer aos outros o que eles querem que lhes seja feito”. Neste caso, busca-se respeitar a individualidade e as diferenças de cada profissional que trabalha conosco; entende-se que a maneira como eu gosto de ser abordado pode não ser a mesma que as outras pessoas acreditam ser a mais adequada.
Além de procurar ajudar, nos preocupamos também com a forma com a qual os outros preferem receber este ato generoso. A atenção a essa característica é fundamental para que a ajuda seja efetivamente recebida.