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A liderança deve se envolver com as questões pessoais da equipe?

Este é um tema recorrente nas reuniões de mentoria. É papel da liderança se dedicar e se envolver nas questões de ordem pessoal de sua equipe? Ou deve se manter distante para que as coisas não se misturem e acabem atrapalhando o dia a dia do trabalho?

Dificilmente este tema terá uma receita de bolos prontinha para toda e qualquer situação. Compreendendo que a vida de cada pessoa é única, uma análise cuidadosa de cada caso será muito importante para tomarmos as melhores decisões.

Os argumentos de quem é contra o envolvimento com assuntos pessoais dos(as) liderados(as) normalmente estão atrelados à manutenção do foco nas atividades, procurando deixar muito clara a divisão entre os aspectos pessoais e àqueles ligados às tarefas do trabalho, A ideia seria de que essa “mistura” interferiria negativamente no desempenho e nos resultados.

Outro argumento de quem defende que a liderança não deve se envolver com assuntos pessoais da equipe, está na possível interferência sobre a privacidade dos componentes do time. Compreendendo que as pessoas valorizam suas questões pessoais como algo próprio, a intervenção da liderança poderia não ser bem-vinda.

Também existem os que entendem que a responsabilidade de líderes em seu dia a dia já está no limite. As demandas do trabalho já são suficientemente estressantes para que existam espaços para cuidar das questões pessoais envolvendo os membros da equipe.

Por outro lado, a humanização na liderança tem se mostrado, além de muito necessária, uma ferramenta fundamental para o estabelecimento de relações de confiança. Quando a liderança mostra verdadeiro interesse nas questões pessoais de sua equipe, os elos tendem a se fortalecer e as pessoas se veem muito mais como um time.

Outra razão para ficarmos atentos às questões pessoais da equipe, é que, sem dúvidas, elas impactam diretamente o desempenho das pessoas no trabalho. Quando a liderança está atenta a isso, consegue, preventivamente, agir no sentido de facilitar a possível solução para o problema pessoal, dentro daquilo que lhe cabe como líder. Seja com uma flexibilização de tarefas, carga de trabalho ou de horários por um determinado período.

Além disso, é muito claro que a maior parte dos(as) profissionais valorizam, cada vez mais, a empresa (e a liderança) que efetivamente se preocupa com suas questões familiares/pessoais. Como consequência comum, acabam por estabelecer um vínculo ainda mais forte com líderes e demais colegas do trabalho.

Como já destaquei anteriormente, não há uma receita única que nos dê a direção precisa para lidar com essas demandas no dia a dia. Da mesma forma, não me parece inteligente, acreditar que podemos separar vida profissional das questões pessoais. O equilíbrio tende a ser, mais uma vez, a saída mais adequada quando lidamos com questões complexas como essa. Sempre respeitando o espaço que nos é concedido pelas pessoas das nossas equipes, para que possamos ajudar no que for preciso e possível.

E você, o que pensa sobre este tema?