A EMPATIA COMO FERRAMENTA PARA O "CLIMA ORGANIZACIONAL"
A busca por melhores estratégias de condutas no ambiente de trabalho é tema constante em livros, artigos, treinamentos de recursos humanos e até nas conversas de corredores nas empresas. Percebe-se que o assunto, muitas vezes, angustia os líderes e até mesmo os colaboradores das organizações. Entender quais são as razões de tanta dificuldade e os caminhos para melhorar esse quadro, torna-se tarefa urgente.
A urgência está diretamente relacionada à velocidade do aumento das exigências por maior produtividade. Existe uma relação direta entre necessidade de produção e clima organizacional. Um consultor americano chamado Warren Bennis, conceitua “clima organizacional” como um conjunto de valores ou atitudes que afetam a maneira como as pessoas se relacionam umas com as outras e com a organização.
Já não se discute a influência de um adequado relacionamento interpessoal sobre o nível de rendimento da empresa. Parece existir, entre os profissionais responsáveis pela área de recursos humanos, um certo consenso de que esta questão deve ser sempre cuidadosamente verificada e estimulada entre os componentes de um grupo de trabalho.
Aí vêm as perguntas: “O que fazer?”; “Qual seria o diferencial?”; “De que forma proceder para a tal mudança comportamental na minha empresa?”
A resposta não é tão simples e nem tenho o objetivo de simplificá-la em algumas poucas palavras. Mas, o que tem ficado claro, é que uma estratégia que tem norteado a busca por um melhor clima dentro da empresa, e, em conseqüência disso maior produtividade, é a busca pelo aprimoramento da “Empatia”.
Poderíamos, à princípio, conceituar a empatia como a capacidade de se colocar na situação do interlocutor ou ainda, de procurar ver a situação de acordo com a posição da outra pessoa (que poderia ser o funcionário, a secretária, o chefe e etc.). Mais do que isso, seria fazer o exercício de se posicionar como se fosse o outro, analisando a situação do ponto de vista da outra pessoa, com o histórico e a linha de raciocínio do outro. Seria profundamente improdutivo se a empatia fosse simplesmente ver a situação do outro com minha própria história, ou exclusivamente com minhas experiências.
O entendimento das ações e dos argumentos dos meus companheiros de trabalho passa pela compreensão da construção dos pensamentos dessas pessoas; somente conseguiria ser empático se pudesse visualizar as razões que levam as outras pessoas a pensarem e agirem como normalmente o fazem. A eficiência na minha conduta, até mesmo no intuito de propiciar mudanças comportamentais na equipe de trabalho, exige uma visão ampla (sistêmica) sobre os fatores que levam as pessoas a pensarem como pensam.
Dentro desse contexto, somos remetidos à “Regra de Ouro”. Fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem é um passo muito grande para a busca de um relacionamento fundamentado na empatia. A chance de cometer equívocos ou gafes nos nossos comportamentos pode ser drasticamente reduzida se utilizamos freqüentemente a regra de ouro.
Associada à regra de ouro, poderíamos utilizar uma ferramenta complementar muito eficiente na melhora do clima organizacional. Trata-se da “Regra de Platina”. Fazer aos outros o que eles querem que lhes seja feito. Neste caso busca-se respeitar a individualidade, as diferenças; entende-se que, muitas vezes, a maneira como eu gosto de ser abordado, não é a mesma que os meus companheiros de trabalho acreditam ser a mais adequada.
Poderíamos, portanto, na busca pela otimização do clima organizacional, fazer uma junção da regra de ouro com a regra de platina, correndo um risco cada vez menor de estimularmos um ambiente pouco produtivo na empresa.
O que pode ocorrer, enquanto este artigo é lido, são pensamentos do tipo “isso é praticamente impossível” ou “como fazer com que aquele meu chefe se utilize da empatia com os funcionários?” E aí eu destaco: ninguém está afirmando que é fácil ou simples. Trata-se de fazermos uma reflexão sobre o impacto que essas ações podem ter sobre o aumento da produtividade da empresa, com um grupo de trabalho mais saudável do ponto de vista físico, mental e social.
Marcelo Jabur